28 de julho de 2012


Soneto da separação 

De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma e das bocas unidas fez-se a espuma e das mãos espalmadas fez-se o espanto. 

De repente da calma fez-se o vento que dos olhos desfez a última chama e da paixão fez-se o pressentimento e do momento imóvel fez-se o drama. 

De repente, não mais que de repente fez-se de triste o que se fez amante e de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante, fez-se da vida uma aventura errante.

De repente, não mais que de repente. 


Vinícios de Moraes 

Perfeito... como sempre Sr. Moraes!

Jordana Cavalcante

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